Mas isso era só Filosofia...
"Havia as palavras dos filósofos, que elevavam os escravos, os criminosos e toda a plebe ao mesmo nível, ao ponto de chamarem-nos todos de homens, ou, mesmo, irmãos. Aquilo, entretanto, era só filosofia, e, embora muitos a conhecessem, admirassem e pregassem!, ninguém realmente considerava sua aplicabilidade."
Tuesday, November 28, 2006
Monday, November 13, 2006
Próximo do caos, mas nem tanto
Tive pesadelos durante três dias. Objetos em formato de lâmpadas me rodeavam o tempo todo. Mas não aconteceu por acaso, e, eu juro, faz algum sentido. Tudo começou com alguns experimentos que começaram a surpreender, negativamente.
Se você está perdido, e não possui um telefone celular ou um aparelho de posicionamento global disponíveis, o máximo que pode fazer é tentar estabelecer um referencial em relação a si mesmo, de forma que, depois de andar cinco quilômetros, saberá que está, a cinco quilômetros, digamos, norte, ou morro acima, ou descendo o rio, em relação à sua posição inicial.
Melhor que nada, pois nesse caso você tem certeza de que, ainda que não tenha encontrado nenhum referencial novo, não está mais perdido que antes.
Essa é mais ou menos a situação de um cientista quando encontra algo novo: o momento da descoberta é também o momento em que ele se perde. A partir dali não existe mais estrada, terrenos jamais pisados. Há momentos em que a experiência é como "um farol para trás", e pode acabar dificultando o progresso, mas em muitas situações ajudará a decidir, ao menos, quais caminhos não tomar.
Um dos caminhos que esses perdidos sabem que jamais devem tomar é justamente perder o único referencial que possuem quando se perceberam perdidos: os dados iniciais, e o trilho de migalhas que os acompanha até a atual localização, seja onde for. Esse é o pequeno mapa de um mundo novo, que ninguém sabe onde efetivamente fica. Ainda.
Perdi o rastro inicial. As migalhas foram arrastadas pelo vento, e o caminho, quando voltei, era diferente! Um efeito extraordinário passou a ser somente um significativo aumento, e então foi rebaixado a uma indicação.
Eis o caos. É como se a lanterna e a bússola parassem de funcionar, a água do cantil acabasse e começasse a chover.
Começamos a fazer essas perguntas que só aparecem quando tudo está errado, mas nada faz sentido. "Embora nunca tivessem sido submetidas ao agente, as culturas se tornaram resistentes". Causalidade é ilusão? Enfim, me provam que nada faz sentido? Ainda não. Os olhos não viram o efeito microscópico da evolução. Após cinquenta anos desde a primeira vez que foram isoladas, as culturas voltaram a produzir esporos, quando as células assumem esse curioso formato "lampadóide".
Terminará como uma linha a mais num artigo que alguém, talvez meus pais, haverá de ler: A reprodutibilidade dos resultados pode ser comprometida caso culturas em fase estacionária sejam usadas como inóculo.
Em palavras, se perde
O mistério da criação
Em evolução.