Saturday, March 25, 2006

Mais do mesmo

Quando vi a crise política se complicar no governo Lula me senti frustrado, mas ao mesmo tempo esperançoso de que aquele distúrbio ia levar a uma mudança de atitude popular. Agarrei-me a esse expectativa, com a qual ia acompanhando os desenrolar dos acontecimentos. Infelizmente, parece que nada mudou. A discussão não surgiu, ou foi abafada pelo circo criado pela impren$a. A campanha presidencial começa como sempre começou: cientes de que seus votos dependem de sua imagem e não de seu trabalho, os candidatos vão montando seu teatro, e os eleitores vão se dividindo em bandos que torcem para o time do Lula e outro que torce para o time do Alckmin.

Durante esse processo decisório democrático, há as inflamadas discussões políticas. Desgastantes e inúteis, são como as discussões sobre futebol em mesas de bar depois da sétima rodada de chopp: no final algumas trocas de farpas, alguns empurrões. Uns dias de cara amarrada um para o outro se sucedem, e então estamos prontos para mais uma, idêntica à primeira. É dessa forma que discutimos política. Todos pronunciam seus discursos como se realmente soubessem o que estão falando, como se realmente soubessem todas as conseqüências de suas propostas, como se estivessem habilitados a dirigir o time sozinhos.

Não existe uma discussão profunda, sensata, organizada. Buscar o embasamento para um argumento é secundária, pouco importante. Brada-se a solução simples para todos os problemas da nação a a alta voz, e é sempre "incrível que o governo seja tão incompetente que simplesmente não faça o que eu digo!" ou ainda "que você não enxergue a estupidez do que está dizendo".

A razão para isso parece ser tão diversa quando as opiniões políticas. É muito mais fácil culpar o técnico do que estudar mudanças na tática de jogo. Acreditar no discurso e se fazer de vítima quatro anos depois é muito mais fácil que acompanhar os atos do governo ao longo do mandato. E há também o ápice da estupidez, o egoísmo da "farinha pouca, meu feijão primeiro", típico da parte menos inteligente da sociedade brasileira: a classe média.

Somente um representante divino teria chances de governar esse país com o prostíbulo dos deputados em tamanha sede por ter suas carreiras profissionais impulsionadas por mais e mais dinheiro sujo. Todos os candidatos irão dizer-se capazes de fazê-lo, entretanto, e o povo acreditará na mesma mentira, mais na de um que na do outro. E depois vai se dizer ludibriado de novo.

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