Sunday, November 20, 2005

Dedo

Putz, martelei meu dedo!!!

Parece brincadeira, mas dói pá daná. Sinceramente, pensei que fosse chorar. Aliás, não sei quando é que acontece de desaprendermos a chorar de dor. É como se tivesse perdido uma chave, ou a carteira: perdi a vontade de chorar de dor, ou sei lá o quê.

Minhas reações são diferentes agora. O primeiro instante é sempre o mesmo "puta que pariu" meio entre os dentes, meio que segurando o ar na garganta. Aí depois dou uma olhada no tamanho do estrago: "Deus do céu!".

A partir daí vem aquele sentimento que eu lembro ser o desencadeador do choro. Aliás, lembrei disso hoje. Não sei como descrevê-lo. É como se houvesse uma grande pressão na base do pescoço, tão forte que um gosto seco vem à boca, e então as lágrimas começam a saltar pelas órbitas. Então, o choro.

Mas que é o choro afinal? Parece ser uma tentativa de aliviar a dor, talvez seja uma forma que sentir a dor fora do local do ferimento, mas, talvez mesmo seja a voz do espírito, revoltado por estar incapacitado de controlar o corpo.

Meu espírito se cala, já se contentou com sua falta de controle sobre as dores físicas. Não se conforma em não conseguir controlar minhas emoções, entretanto, e parece que está se tornando cada vez mais fracassado nessa área. Hoje em dia não posso nem contar a história do "Oi Zé", pois meu espírito cisma de reclamar. Mas evito, para evitar a culpa e o sentimento de que está tudo errado. Não tem nada errado, estar errado me parece tão normal que já nem é errado mais...

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Tudo bem Bruno? Adorei seu blog.
mas me fala, que historia é essa do "oi Zé"?
Fiquei curiosa...

Abraços

Daniela
voce nao vai se lembrar de mim, vai ficar curioso! :)
daniela.nemcok@gmail.com

5:38 PM  

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