China enfrentando problemas de primeiro mundo
Estava lendo um artigo agora um artigo no NY Times sobre a falta de trabalhadores na China. Sim, por mais incrível que possa parecer, os chineses agora estão se especializando e está sendo difícil para as indústrias chinesas obterem seus operários para as linhas de montagem. Algumas empresas já planejam sua mudança para países onde os salários são ainda mais baixos que os 50 dólares mensais pagos aos chineses, como o Vietnã.
Especialistas esperam um mudança no perfil das indústrias na China, que agora tendem a começar a produzir produtos de maior valor agregado, a fim de compensar o aumento no custo da mão-de-obra. Alguns já prevêem queda no (imenso) saldo na balança comercial chinesa, mas esse processo talvez seja mais lento.
O mais chocante foi ler um comentário de um certo economista: "Estamos assistindo ao fim dos tempos dourados dos baixos salários".
Não sei se foi ironia, assim espero, pois ele mesmo é chinês. Mas ainda que seja, é deprimente imaginar que ele está certo: esas grandes companhias estão insatisfeitas com isso. E imaginar que essa insatisfação vem do fato de que ninguém estará mais disposto a pagar mais por um produto produzido por um trabalhador que foi pago decentemente. É triste assumir que essa falta de lógica, ética e respeito pelo ser humano não é causa de nada, mas consequência de uma reação em cadeia que começa na avidez, individualismo, egoísmo de cada um de nós, "multiplicado um milhão de vezes" (J. Steinbeck).
Isso é globalização: antes dela o muito rico explorava o muito pobre que era seu vizinho, agora o pobre menos pobre pode explorar o pobre ainda mais pobre que vive a vinte mil quilômetros de distância.
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