Mudança de Atitude
Quinta-feira foi um daqueles dias em que ficamos nos dizendo a todo momento: "Que diabos estou fazendo fora da minha cama?".
Primeiro foram os resultados desesperadamente incosistentes no laboratório, logo as oito da manhã, seguidos de um monte de vacilos que aumentaram em 50% o retrabalho durante o dia.
Ao chegar em casa, os caras da UPS (malditos sejam), não tinham entregado minha bike. Não sei o que vai na cabeça dessas bestas. Queriam que eu deixasse de trabalhar para recebê-los, em algum momento entre 10 da manhã e cinco da tarde! E não podiam, a princípio, entregar em outro lugar senão o meu endereço do cartão de crédito...
Depois de vinte minutos falando com uma máquina, tive contato com uma voz humana, que, logo percebi, originava-se de alguém bem menos competente que a máquina de antes. Infelizmente, o cara não me deu uma opção do tipo: "Se você acha o atendente muito estúpido, pressione 9 e volte a falar com a máquina". Por fim, consegui com que entregassem o pacote no prédio onde trabalho. Gerou-me uma situação umpouco inusitada, receber uma bicicleta no laboratório, mas ao menos pude usar as ferramentas do lab para montar a bike. Isso me tomou TODA a tarde de sexta...
Ainda na quinta, depois do ocorrido com o cara da UPS, fui para o treino de Aikido. Era a terceira vez que ia. Nas duas primeiras tentativas não pude treinar, pois estava usando jeans e o Gui (uniforme) que encomendei, não havia chegado. "Hoje chega o Gui, vou rolar no chão até desmaiar de cansado, e aí vou tomar uma com a galera e dormir muito tranquilo."
Como desgraça pouca é bobagem, qual não foi minha supresa ao ser surpreendido pela Sansei, ao dizer-me "Não se preocupe, ONTEM encomendei seu uniforme". Claro que tive que me sentar... Após 3 minutos de introspecção, percebi que tinha ido lá para lutar. Não contra ninguém além de mim mesmo, de modo que o fiz: treinei de Jeans mesmo, embora um pouco diferente dos outros, um pouco desconfortavelmente assando, mas foi. Saí de lá realmente melhor, quase tranquilo.
Agora só faltava a cervejinha nossa de cada semana, buy-one-get-one-free, no Moon Shadow, também conhecido como o "Moreira's de Ithaca". Lá vai esse brazuca, todo feliz, para o tal Moon Shadow. Claro que deu zebra! Mostrei minha recém-adquirida carteira de motorista internacional (impressa em NY, custou cem pratas!!!) para a moça, assim como minha carterinha de Conrell, identidade brasileira, carteira de motorista brasileira, NADA serviu para que ela se convencesse que eu era maior de 21.
Beleza, vou embora... Nah, vou não. Fui em casa buscar o maldito passaporte, novamente: ZEBRA! O passaporte estava no lab. Eu estava em casa, no meu quarto, com sono, cansado... Vou dormir... Nah, vou não. Saí de casa, em direção ao lab, buscar o passaporte, certo? ERRADO, tive que voltar no meio do caminho, para buscar as chaves do lab...
Uma hora e meia depois cheguei ao Moon Shadow. Claro que a menina veio dizer, que bom que voltou, sinto muito pelo que ocorreu!
Não acho que temos o direito de ser estúpidos, dadas as circunstâncias, mas ali eu realmente precisava, estava saturado, precisava dividir minha raiva com alguém, infelizmente: "Não me diga que sente muito, isso é falso, desnecessário e inútil". Sei que mandei mal, mas era meu limite.
Ao menos consegui segurar o "Vá pra puta que pariu!" que estava entalado na garganta...
Daí pra frente, tudo mudou. Acho que, sejam lá quem eram as forças ocultas que estava me puxando para trás, desistiram. É assim que me sentia. É assim que me sinto agora, quando cheguei no lab e vi minhas placas perfeitas! Vaidade mata, né... ao menos estou sendo franco, mas que essa manhã foi ótima, ah, isso foi! Agora basta.
Bom, por que estou escrevendo uma mensagem tão grande hoje? Claro que sei que isso queima o filme do blog, mas quem se importa? Acho tem algo de bom aqui!
Não importa o que aconteça, sempre podemos encarar as situações de formas diferentes. Sob uma situação difícil, você pode desistir e ir para a cama (aceitar a derrota, talvez sentindo-se vencido), ou dizer que isso não é problema (nem sempre somos tão otimistas, ou covardes...) ou encarar a realidade e ajustar as velas de acordo com o vento. Aceitar a derrota é importante e sempre devemos saber perder, mas isso não significa que devemos desistir de continuar tentando!
A filósofa Daniela Xavier bem comenta do cara que só fica reclamando: "Pô, por favor, para de chutar essa bola em cima de mim!!!" Mais cedo ou mais tarde, ele tem que perceber que ele devia matar no peito e chutar para o gol...
O que é isso, então? Um obstáculo ou um trampolim? Acho que pode ser só questão de ponto de vista. E por que estou escrevendo isso, embora ache que, no máximo 3 pessoas lerão tudo isso? É porque pelo menos uma dessas pessoas amanhã (eu mesmo...) pode precisar se lembrar disso para se reanimar, quando chegar cedo e tudo vier a dar errado de novo...
1 Comments:
Oi Guapo!
Vocabulario novo: bike, aikido, gui, bom saber dessas tuas novedades. E vem cá, esperava você dando aulas de capoeira em Ithaca, vc trenou muito pra isso ;-)
Gostei do teu terceiro parágrafo em verde, é de copiar, colar e guardar.
Tudo de bom aí!
Bjo
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